Técnico em Açúcar e Álcool

Ano passado, eu conclui o curso Técnico em Açúcar e Álcool e de lá pra cá sempre me vejo diante de pessoas com dúvidas sobre o curso ou a profissão, então, como já desativei o meu blog específico ( Muito Álcool e Pouco Açúcar ) vou deixar aqui um post sobre esse assunto.

Primeiramente, o Técnico em Açúcar e Álcool (que vou chamar apartir de agora de TAA) é um profissional que atua na elaboração, execução, coordenação e avaliação de atividades relacionadas à indústria sucroalcooleira, em todas as etapas do processo de produção, desde a recepção da cana-de-açúcar até a obtenção do açúcar e/ou álcool, buscando o incremento da atividade industrial. Atua, também, na orientação de equipes, com uma visão empreendedora, desenvolvendo capacidade de tomada de decisão, liderança, dinamismo, responsabilidade, organização e relacionamento interpessoal, pautando-se em uma postura ética, no exercício da cidadania e no respeito ao meio ambiente.

Ou seja, o TAA não é um profissional específico; ele pode trabalhar na recepção da cana, no laboratório de análises químicas, no laboratório de microbiologia, na produção do açúcar ou do álcool.

A profissão de TAA é arriscada; quando eu estava no segundo período, um dos alunos do terceiro período (que trabalhava em uma usina), sofreu um acidente; ele foi monitorar o cozimento do melado de cana, e o vidro estourou; como ele estava num andaime, preso pelo equipamento de segurança não pode se desviar do melado fervente que derramou sobre ele, que foi socorrido pelos colegas de trabalho. Ele sofreu queimaduras no peito, rosto e nos braços a ponto de precisar de fisioterapia para recuperar os movimentos, teve que reconstituir a orelha, ficou dias na UTI precisou ser transferido para São Paulo, enfim foi muito difícil e a professora de segurança no trabalho teve muita dificuldade em lidar com aquela turma que era todas de funcionários da usina; eles alegavam que se ele não estivesse preso ao equipamento de segurança, ele teria se queimado bem menos.

Os funcionários da usina tem uma certa resistência em relação a determinados EPIs. O TAA então corre o risco de choques elétricos, quedas de grandes alturas, queimaduras com caldo fervente ou produtos químico, intoxicação, corte em lâminas afiadas, calor intenso, ruído intenso, odores intensos; cada área tem seu risco específico, mas no geral é uma profissão que exige atenção, e responsabilidade do profissional.

Como a segurança no trabalho pode ajudar o profissional de TAA? Bom, se o TAA não tomar as devidas precauções e seguir as boas práticas em segurança, corre o risco de não voltar para casa. Se por um lado, o rapaz citado anteriormente afirma ter se ferido mais devido ao uso de cordas e cadeirinha de segurança, o não uso desses equipamentos fez com que um técnico eletricista caísse dentro da moenda, aí vocês já devem imaginar o que aconteceu com ele... Não se trata de evitar um tombo no chão molhado, seguir as normas de segurança dentro de uma usina pode fazer a diferença entre permanecer vivo e são; você pode sofrer desde uma amputação, até a perda da audição ou depressão causada pelo estresse no ambiente de trabalho.

os EPIs básicos dentro de uma usina são calça comprida de tecido grosso, botas com ponteira, protetor auricular, capacete, óculos em determinados setores, jalecos, luvas, máscara, para os que trabalham nos laboratórios; os profissionais das caldeiras, tem seus EPIS também, em alguns setores, são usados aventais longos e impermeáveis.

É uma profissão com uma grande demanda, mas como eu disse, não é muito específica, você aprende sobre os vários setores e pode ser encaminhado para qualquer um deles após o término do curso.

Como fonte de consulta eu recomendo os seguintes sites:

Stab Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil

UDOP União dos Produtores em Bioenergia

Aconselho também consultar as NRs 11, 12 e 13

Espero ter ajudado