Segunda, 08 de janeiro do ano da graça de 2018, antes de dormir estava eu assistindo Tootsie. Para a galera que não tem ideia do que seja, basicamente é um filme de 1982, onde um ator de gênio intragável (Dustin Hoffman) se veste de mulher para tentar um papel... E consegue. Daí pra frente é conseguir manter a farsa, algo que depois foi repetido à exaustão em outros filmes.
Há uma cena em que ele, disfaçado de Dorothy Michaels, junto com toda a produção da novela, assiste a uma cena de Julie, (Jessica Lange - razão do meu nome - lindíssima no papel que lhe rendeu um Oscar) completamente embasbacado .
Após a cena, alguém da produção, acho que o Diretor (me perdoem a falta de detalhes mais corretos) fala com Dorothy, e a chama de Tootsie. Ela então o chama e diz: Meu nome é Dorothy. Não é Tootsie, Toots, Docinho, Querida, benzinho. É Dorothy! Alan é Alan, Tom é Tom, John é John e eu também tenho um nome, é Dorothy, D O R O T H Y, Dorothy.
Esse filme é de 82. Mas é exatamente esse o motivo pela qual as mulheres estavam de preto no Globo de Ouro. Nós temos um nome. Não precisamos de tratamentos íntimos ou galantes, apenas de sermos tratadas com respeito e igualdade dentro do ambiente de trabalho. De não termos favores ou dificuldades por nosso sexo.
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