O trem tá feio nos buzões da Zebulândia





Desde que eu casei, quase não andei mais de ônibus. O fofo lindo do meu marido me leva de moto pro trabalho, pra faculdade, pra casa da minha mãe, pro shopping, até pro mercadinho que fica quatro quarteirões de distância. Mas quando eu preciso pegar o dito cujo do ônibus, que sofrimento.

Primeiro porque ele dá tanta volta, que é quase uma encarnação o tempo que você passa dentro dele. Um trajeto que de moto a gente faz em 15 minutos (isso a 40, 50km por hora porque o Mariano não tem pressa), tomam preciosos 40, 50 minutos do meu dia. Tá, aí você entende que é porque o ônibus tem que atender a vários bairros, quem mandou ir morar no fim da linha.

Invariavelmente o ônibus é velho, ou sujo ou quebrado ou tudo isso junto. E nunca tem cobrador. Tanto nunca tem, que nem o nicho específico para os cobradores, com a cadeirinha e o caixa tem em muitos ônibus. O caixa é parafusado ao lado do motorista e ele que seja artista pra dirigir e voltar troco ao mesmo tempo. Apenas alguns poucos carros que atendem linhas mais movimentadas contam com esse luxuoso artigo chamado cobrador.

Outro problema é o leitor dos cartões. O raio do equipamento, volta e meia dá problema. Para a sorte da empresa, todas as vezes que leitor deu problema comigo, o motorista pediu que eu entrasse pela porta de trás. Digo sorte da empresa, porque no dia em que o motorista resolver encrencar comigo, vou dar tanto piti que eles vão se arrepender de ter achado que sou ignorante o bastante pra não conhecer o artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor, que eu já citei numa outra postagem.

E aí vem a bonita da superlotação. Sim, porque já parece que as empresas de transporte querem recuperar no nosso bolso, o que gastam nas campanhas políticas, a lei do máximo lucro com o mínimo custo impera. São linhas atendendo numerosos bairrros, antes de chegar no último ou penúltimo bairro, o ônibus já está lotado.  Horários reduzidos, passa um ônibus agora, depois só daqui uns quarenta minutos e sem choro.Sem contar que alguns carros, tem uma quantidade ridícula de bancos, que, de certo é pra caber mais gente em pé. 

Seguimos esperando pela conclusão do tal projeto de mobilidade urbana que começou e nunca termina. Quem sabe melhore.

* A foto da postagem é obviamente, uma montagem, que fiz mal e porcamente, usando duas fotos de Uberaba e uma foto do transporte público Indiano. A inspiração foi a foto do fotógrafo Ajit Solanki.

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