It, filme baseado no livro homônimo de Stephen King e remake de um filme também com o mesmo nome, lançado em 1990 estreou esta semana, já sendo considerado um dos grandes sucessos do ano. E claro, começaram as comparações com outra obra recente, a série Stranger Things da Netflix. O que é natural, pois a série traz em si N elementos do universo infanto juvenil de King. A garota introvertida com poderes sobrenaturais (Carrie, a Estranha), o grupo de amigos "fracassados" (Conta Comigo), o terror envolvendo crianças em diversas outras obras do autor.
Mas como tem gente que tem o prazer de disparar a metralhadora de abobrinhas, começaram os "conteúdos especializados" tratando It como uma obra que pega carona no sucesso de Stranger Things, ou que "retro referencia" a série.
Não haveria problema algum nessa afirmação, se não fosse pelo fato de que, as filmagens de It começaram no final de junho e Stranger Things só estreou cerca de 15 dias depois. Ou seja, quando a Netflix disponibilizou a série em seu catálogo, o filme do palhaço Pennywise não só já estava sendo filmado, como obviamente, já havia passado pelo processo de meses (às vezes anos) que engloba apresentação da proposta, desenvolvimento e aprovação do roteiro, escolha de elenco, de locações, figurino, testes de maquiagem e tudo o que se passa no processo de pré produção e produção de um filme. O sucesso de Stranger Things obviamente favorece o filme diante do público, principalmente daquela parcela que não tem familiaridade com a obra de King, assim como também com os que conheceram o autor na adolescência, 20, 30 anos atrás e agora se sentem representados na onda nostálgica atual. Mas isso nem de longe significa que It foi feito da forma que foi POR CAUSA do sucesso de Stranger Things.
Com ou sem Stranger Things, It teria os elementos chave apresentados, pois que são características da obra de King. Com ou sem a série, It se beneficiaria da tendência atual, que vem nos atirando 30 anos atrás, direto nos braços dos anos 80, coisa que vem acontecendo na moda, na literatura, na música e também na sétima arte, seja bem feita como em Atômica, seja forçada e toda cagada como a inserção de Take my breath away e The Power of Love em Death Note. Eu até entendo esse tipo de raciocínio vindo de gente que nasceu na segunda metade dos anos 90 pra cá. Agora, caboclo com mais de 30 anos nas costas, falar umas patoia dessa, é de cair o cu da bunda.
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