Ministério dos Transportes e a campanha "vacilona"



E um dos assuntos pipocantes da primeira semana de 2017 foi a campanha desenvolvida pela agência nova/sb para o Ministério dos Transportes. Com o mote de que "Gente boa também mata", a campanha mostra que mesmo pessoas boas, altruístas, que contribuem com a comunidade, podem matar se não respeitarem as leis de trânsito. Não basta ser uma boa pessoa, ser solidário e contribuir para a comunidade se não respeitar as leis de trânsito.

A peça desenvolvida para o rádio correu bem, o vídeo também, apesar de já causar algum estranhamento... Agora, os posters, banners, outdoors e anúncios ficaram esquisitos a ponto de causar de resmungos, a textões e paródias nas redes sociais.






Na segunda feira, antes da indignação se alastrar pelas redes sociais, mostrei algumas das peças a um amigo publicitário e concordamos que nós, que lidamos com publicidade, conseguimos entender bem a campanha, apesar de algum desconforto. Mas que seria mais complicado para boa parte do público, porque poderia dar margem a interpretações equivocadas. E uma peça publicitária, tem que ser clara para o público a que se destina. O que pode parecer absolutamente óbvio pra mim que crio uma campanha publicitária, pode ser confuso para a dona Sebastiana. E se a minha mensagem não chegar clara para a dona Sebastiana, se ela não entender o que eu quis transmitir, eu falhei.

O mote "Gente boa também mata" faz todo o sentido. A pessoa pode ser uma gracinha de ser humaninho, mas se der uma bobeira qualquer no trânsito, pode causar um acidente e matar. Trânsito não é questão de ser bom ou malvadão é questão de respeitar as leis que regem a circulação de veículos e pedestres em vias públicas, ponto. Então as peças não estão dizendo nenhuma mentira. Porém, a forma como a mensagem foi passada, não foi exatamente bem executada, tanto que a polêmica se instaurou.

Veja agora a campanha "Vacilão Não!" desenvolvida pela agência OZ para a Fiat em 20014:







A ideia central de ambas as campanhas é a mesma. Que pessoas bacanas que fazem o bem, podem causar acidentes ao desrespeitar as leis de trânsito. A forma escolhida para expor essa ideia é que difere. 


O fato é que: pelo bem ou pelo mal, a campanha do Ministério dos Transportes conseguiu impactar a sociedade. Tomara que isso tenha algum efeito prático além dos textões no Facebook.



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