Um shopping é um centro privado, aberto ao público, de compras, serviços e lazer. Então, podem parar com esse papo de que shopping é lugar de quem tem dinheiro pra gastar. Se eu, ou qualquer pessoa quiser ir até lá só pra curtir o ar condicionado e tomar um sorvete safado de R$2,50, pode. Se quiser só aproveitar o ar condicionado e bater perna, pode também.
Entrar no shopping, olhar as lojas, conversar com os amigos, todos podem. Branco, preto, pobre ou rico, a Constituição garante o direito de ir e vir dos cidadãos. Mas também existem a paz pública e o direito à propriedade. Ter acesso ao lazer é diferente de entrar num local em grande número de pessoas, cantando alto. E mais diferente ainda é chutar lixeiras, pneus ou tentar intimidar. O direito de um não se sobrepõe ao direito do outro.
"Ah, se fossem brancos ricos, seria flash mob". Já participei da Zombie Walk e já acompanhei a organização de dois flash mobs que aconteceram no shopping. Há comunicação prévia das autoridades. E mesmo nos anos em que participei de Zombie Walk, em que a polícia foi comunicada, a prefeitura foi comunicada, não foi permitida a entrada no shopping.
O shopping não tem a obrigação de abrigar eventos das quais não foi comunicado. e para as quais não deu autorização.
Agora sobre proibições; o shopping, tem o direito de impedir o evento. Mas não o acesso. Não dá pra decidir no olhômetro, quem é frequentador, quem quer ir ao rolê, quem quer assaltar. Tem muito assaltante de shopping que vai de terno e gravata. Proibir adolescentes que se enquadram no conceito (ou preconceito) de entrar, só resolve o problema do shopping, se é que resolve.
No dia 11 de novembro, por volta das 21h30, colocaram pra fora dos limites do shopping dois adolescentes de 13 e 14 anos, deixados ali pela mãe para tomar um sorvete enquanto ela resolvia outra questão, o caso foi narrado pelo Jamilton Souza aqui no facebook. Pouco depois, um grupo se envolveu num quebra pau com os seguranças lá perto do macdonald's e virou o rendez-vous bonito que virou, gente correndo, derrubando tudo, crianças chorando, gente jurando que ouviu tiro (que não houve)... Ou seja, no olhômetro, não dá pra decidir quem pode ou não entrar.
No fim, é tudo uma questão de respeito. O garoto de aba reta, a madame de Santa Lola podem usufruir do mesmo espaço, mas é preciso respeito de um pelo outro.
Ontem o Mariano me mostrou o vídeo do Cauê Moura falando sobre os rolezinhos. É basicamente o mesmo que eu penso, só que ele falou de um jeito mais legal, ahahahahahaha
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