A descoisificação da mulher é algo recente na história da humanidade. Homens e (pra nossa surpresa) mulheres ainda tratam a mulher como um objeto, aliás, um objeto de propriedade do homem, seja do pai, do marido, dos filhos. Não basta querer que os homens nos respeitem apenas. É preciso parar de enfiar na cabeça dos filhos que existem mulheres pra curtir e mulheres pra casar. Que um bom casamento pras filhas é casar com um homem rico. Que vale a pena se sujeitar a um marido violento, porque ele paga as contas e não deixa faltar nada em casa. Que o jeito que a mulher se veste pode sim despertar o seu desejo, mas que isso não te dá o direito de impor esse desejo a ela. Que por mais que os filmes pornôs te digam que a mulher gosta de ser ultrajada, ela não gosta. Aquela gozada na cara não é porque a atriz está afim, é porque o diretor mandou. Que Nelson Rodrigues e E.L. James estão errados.
A SlutWalk ou Marcha das Vadias surgiu no Canadá depois que o policial Michael Sanguinetti sugeriu que para evitar ser estuprada uma mulher não deveria se vestir como uma vadia. O palpite do policial foi dado devido ao aumento de casos de abuso sexual na Universidade de Toronto no início de 2011. Segundo Sanguinetti (e boa parte da humanidade), ao se vestir com roupas curtas ou decotadas a mulher praticamente pede para ser violentada. No dia 03 de abril daquele ano, cerca de 3 mil pessoas foram às ruas do Canadá protestar contra essa cultura do estupro e de lá pra cá várias edições da Marcha se repetem pelo mundo.
De acordo com o Centro de Referência à Mulher Vítima de Violência de Uberaba, cerca de 200 mulheres vítimas de agressão são atendidas todos os meses em Uberaba pelo Centro. O número é muito maior, pois para muitas mulheres, uma agressão não justifica "abalar a estrutura familiar". Sofrem caladas porque a sociedade ensinou assim. Buscam justificativas para o injustificável enquanto procuram desculpas para ocultar a vergonha.
A Marcha das Vadias de Uberaba acontecerá no próximo dia primeiro de junho, com concentração no CEA,Centro Educacional Administrativo da UFTM, localizado na avenida Frei Paulino, nº 30. A iniciativa é dos alunos do curso de Serviço Social da UFTM
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