Crônicas de Jade - Um pouco de poesia

Jade recostou-se à àrvore e olhou os soldados no acampamento. Eram todos tão meninos em suas urgências, tão homens em suas exigências, que faziam com que Jade se sentisse mais cansada do que realmente estava.

Fechou os olhos de cigana triste e ainda acordada, sonhou com um pouco de poesia que ainda restasse, que tocasse seus lábios como um vinho cálido e a deixasse assim, entregue, lânguida...

Sonhou com uma mão estendida em sua direção, e que a levasse por caminhos de flores, onde todos os dias tivessem o frescor de uma manhã.

E pensou que tudo o que precisava naquele momento era de braços que a erguessem do chão, ao som de uma voz que lhe dissesse que tudo estava bem, e que nenhum mal poderia atingi-la.

Abriu os olhos e novamente o acampamento, os soldados, todos tão meninos, esperando dela o mesmo que ela queria naquele momento, proteção, poesia, um pouco de amor...

Sorriu, entre triste e conformada e se ergueu, voltando para perto da fogueira

Talvez um dia eles pudessem entender...

Arma De Caça

Se eu fosse jovem, eu fugiria desta cidade
Eu esconderia meus sonhos debaixo da terra
Assim como eu, nós bebemos até morrer, nós bebemos à noite

Longe de casa, com armas de caça
Vamos abatê-los um por um
Nós vamos derrubá-lo, ele não foi encontrado, não está por aí

Que comece a temporada - onde tudo é certo e errado
Que comece a temporada - abatamos os grandes animais

Que comece a temporada - onde tudo é certo e errado
Que comece a temporada - abatamos os grandes animais

E ele rompe através do silêncio do nosso acampamento à noite
E ele rompe através da noite, a noite toda, toda a noite

E ele rompe através do silêncio do nosso acampamento à noite
E ele rompe através do silêncio, tudo o que resta é o que quero esconder



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