Masterchef e a máxima de que muito ajuda quem não atrapalha



E na última terça, 23 de agosto, tivemos a final da terceira edição do reality MasterChef Brasil. A professora Bruna Chaves disputou com o empresário Leonardo Young o título de melhor chefe amador do Brasil. Com pratos até certo ponto parecidos e uma disputa equilibrada, Léo levou a melhor sobre a adversária, se tornando o primeiro homem a vencer a competição no Brasil.

O principal assunto durante a transmissão, porém, passou longe dos pratos. O comportamento dos ex participantes tanto no mezanino, quanto nos depoimentos gravados, mostraram o apoio quase que integral destes à competidora Bruna, em detrimento de Léo. E o público que nem gosta de defender um oprimido e já estava a favor do candidato, caiu matando. Sobrou tiro, porrada e bomba para Bruna, para os ex participantes, pra todo lado.












Até eu quando acordei de madrugada e vi que a ex participante Lívia não conseguiu segurar a marimba, entrei no meio do fight:



Enfim. Não dá pra saber porque tamanho ódio dos demais participantes, porque a edição não deixa mesmo. Eu digo por experiência própria que às vezes, quando se é instrospectivo, as pessoas não gostam de você. Quantas vezes, em diferentes ambientes de trabalho, ouvi meus superiores me avisarem de que havia colegas de trabalho que se sentiam incomodados porque "A Jessica é inteligente demais", "A Jessica sabe de tudo", "A Jessica sempre tinha uma resposta pra tudo", "Eu me sinto humilhada pela inteligência dela".

E olha que estou longe, bem longe de ser tão inteligente. Mas enfim, depois desse tipo de reclamação no terceiro ambiente de trabalho, acabei aprendendo que o melhor é fingir de égua e ficar calada.

Voltando à final do Masterchef. Eu tenho pavor de gente boazinha. E boazinha é diferente de ser boa. A pessoa boa é boa e pronto. O Fernando, também participante do programa, passou essa imagem, de pessoa boa. Já a Bruna me soou sempre como a boazinha. A que te ajuda, a que te sorri, mas nos depoimentos, te descasca e te menospreza. Eu já não torcia pra ela desde sua primeira aparição (afinal, o mineiro só é solidário no câncer né) e todo aquele circo armado pelos diletos amigos do mezanino estava me irritando ainda mais.

Porque o brasileiro gosta de um oprimido, já falei antes. Pense na situação da mãe e da namorada do garoto lá, tendo que aguentar aquele berreiro todo na cabeça delas, fora os comentário maldosos, as zombarias, o desprezo por alguém que elas amam profundamente. Nem que fosse por elas, deveria ter havido um respeito.

Se a Bruna fosse realmente tão bacana, tão legal, teria pedido para os amigos não fazerem tanta algazarra. Num determinado ponto do programa, ela mesmo admitiu que aquela torcida estava atrapalhando.

E muito ajuda quem não atrapalha. No final, muitos ali saíram hostilizados pelo público, sendo que não havia a menor necessidade de se colocarem nessa situação.

"Ah Jessie, mas todo mundo tem direito de torcer pra quem quiser". Claro que tem! Cada um faz o que quer, afinal gosto e pescoço todo mundo tem o seu e vira pra onde convier. O problema foi a crueldade da situação. Foi a falta de empatia. Foi a falta de pensar "e se fosse comigo"? O público não perdoa. E numa dessas, de não pensar friamente, as pessoas se complicam, se prejudicam. Haja vista a avalanche de desaforos que tiveram que suportar nas horas subsequentes.

E não, também não dá direito a agredir, humilhar. Eu dei umas escorregadas durante o programa, confesso, compartilhei e tuitei algumas abobrinhas também.

O resumo dessa longa ópera. Não torne o seu adversário um oprimido. Não dê a ele as armas da superação. Mesmo que ele seja um filho da mãe, uma pessoa detestável, se você realmente quer ganhar, não tente colocar as pessoas contra ele. Normalmente quem se ferra é você.




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