Ontem estive na tv Bandeirantes para acompanhar a entrevista com o Maestro João Carlos Martins. Enquanto o entrevistado não chegava, Marco Aurélio me levou a conhecer os estúdios, ilha de edição e conversamos sobre tv, mercado de trabalho, twitter...
Mais ou menos meia hora depois, chega o Maestro. Sorridente, de calça preta e camiseta cumprimentou a todos e foi para o estúdio do Entrevista Coletiva, juntamente com a jornalista Fabiana Silbor, o músico Alexandre Saad e o mediador da entrevista, Orlei Moreira. A conversa descontraída enquanto eram feitos os últimos acertos (câmera, posicionamento, luz, o cabelo de Silbor, gentilmente ajeitado pelo câmera man...).
Nesse momento eu tirei algumas fotos dentro do estúdio e depois fui para a sala da edição, de onde assisti a entrevista. Marco Aurélio coordenava a entrevista da ilha (tempo, posicionamento, cortes... as orientações eram dadas em voz baixa pelo microfone).
João Carlos Martins com as câmera ligadas, é a mesma pessoa de quando a gravação para; cativante. Um pequeno contratempo: enquanto falava sobre a apresentação de sábado em Estrela do Sul, um celular toca; era a esposa do Maestro, que se desmanchou em pedidos de desculpa. Mais tarde no carro, quando ligou para ela, disse para que a esposa não se preocupasse, que provavelmente a cena estaria em breve no CQC. Mas, a cena não vai ao ar, então, quem viu, viu, quem riu, riu...
João Carlos relatou ter feito 270 apresentações em 2010: "As pessoas pensam que eu estou ficando rico. Mas sentei lá em casa, fiz as contas de quanto eu precisava para viver e o meu cachê vai para uma Fundação". Falou também do trabalho social que desempenha, de levar a música clássica à quem não tem acesso a ela: "Percorri todas as favelas de São Paulo sem permitir o acesso da imprensa por que não era marketing. No natal os meninos da Febem me enviaram um cartão: 'Tio Maestro, a música venceu o crime'.
Entrevista terminada (meia hora que passou voando!), Alexandre Saad presenteou o Maestro com a obra de Goiá e João se comprometeu a ouvir na quinta feira, visto que a agenda de shows está lotada. Fui então, tremendo feito uma vara verde, me apresentar ao maestro. Ele me olhou e estendeu os braços e enquanto eu falava. Com as duas mãos no meu cabelo pergunta se eu vou assistir a apresentação e respondo que não consegui carona (na verdade eu já estava imensamente feliz por ter acompanhado a gravação). Ele então com um sorriso me diz: "Então você vem com a gente. Vai no nosso carro".
Sabe quando você sai fora do ar? Então, fiquei assim, mas peguei minha bolsa e fui quietinha atrás do maestro e seus assessores, levando um sorriso cúmplice de Marco Aurélio.
No carro, comenta sobre o almoço na Choperia do Mário (onde não resistiu e dividiu o piano com o músico que trabalha lá; tocaram folhas mortas). Falamos sobre o Uberabão e o jogo contra o Palmeiras, ao passar diante do estádio. Já na Univerdecidade, ele demonstra preocupação: "O local do show não é muito afastado?" Os assessores explicam que sim, mas que é um local onde ocorrem grandes shows, a população já está acostumada.
Chegamos à Casa do Folclore e algumas pessoas já esperavam pelo maestro. Após entrar, me afastei, deixei que ele fosse para o camarim, descansar, e partilhar da companhia de seus jovens músicos.
A apresentação iniciou com um atraso de meia hora. Às 19:01 Paulo Marostica fez um rápido discurso sobre a história da Duratex e em seguida um vídeo institucional sobre o maestro. Às 19:15 a Orquestra Filarmônica Bachiana Sesi SP entra em cena e em seguida, João Carlos Martins que inicia o espetáculo com "Jesus Alegria dos Homens" de Bach. Uma apresentação belíssima onde desfrutamos de Bach, Mozart, Bethoven, Astor Piazzola, Adoniran Barbosa, num coro empolgado da platéia cantando "Trem das Onze" e várias outras músicas, que proporcionaram 01 hora de encantamento aos presentes. Finda a apresentação tive a sorte de encontrar amigos queridos que me deram carona de volta pois, diante da fila imensa que se formou diante do camarim, achei que era o momento de deixar que outras pessoas, partilhassem da companhia do Maestro e cometi a indelicadeza de partir sem agradecer.
Faço-o agora; obrigada maestro!
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